
Bares, restaurante e comércios considerados não essenciais estão recebendo ordem de fechamento por decreto desde que os números de contaminação pelo coronavírus cresceu exponencialmente em vários estados. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em todo o Brasil mais de dois milhões de pequenos empresários do setor de alimentação começam a cogitar em demitir funcionários. Alguns alegam que não haverá condições de retornarem aos negócios quando a crise do COVID-19 passar.
O coronavírus pode ser fatal para bares e restaurantes. O faturamento derrete, com quedas de 30% a 70% em algumas cidades. O ramo emprega cerca de 6 milhões de trabalhadores e a estimativa dos empresários é que metade dos fiquem sem emprego a partir de abril. O avanço das contaminações comunitárias (sem origem definida) os governos estaduais estão decretando o fechamento dos estabelecimentos por, no mínimo, 15 dias.
Dados atualizados nesta sexta-feira, 20 de março, pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro registram 109 casos confirmados, 1.701 casos suspeitos e 2 óbitos por coronavírus (Covid-19) no estado do Rio de Janeiro. Já em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que há nove mortes causadas pelo novo coronavírus. Até o momento, São Paulo tem 9.023 casos suspeitos e 345 casos confirmados da doença, incluindo 4 de outros estados e 4 de outros países. O Espírito Santo também registou casos. Até quinta-feira (19), eram 13 casos confirmados no estado. Em todo o Brasil, o Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (20) que há 819 infectados em 23 estados e no Distrito Federal.
“A Abrasel tem se empenhado, desde a chegada da doença causada pelo novo coronavírus (a Covid-19) no Brasil, em informar todos que trabalham em bares e restaurantes sobre como lidar com o problema. Também tem atuado de maneira muito forte com todos os níveis de governo, outras entidades e parceiros da cadeia produtiva em ações para dar suporte a quem empreende no setor”, informa a entidade em seu site oficial.
Veja como está a situação em alguns estados brasileiros
Rio de Janeiro

Na noite desta quinta-feira (19/03), o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decretou que bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos gastronômicos similares deveriam restringir a capacidade de público para somente 30%. No entanto, a orientação é que fechem por pelo menos 15 dias, como medida de prevenção à pandemia de Coronavírus. Já os serviços de delivery e de retirada de alimentos para “viagem” continuam funcionando sem restrições. O Governo Estadual enfatizou que estas são as melhores opções para os clientes. Na capital, bairros como Botafogo e Ipanema (zona sul) e Lapa e Centro, passam por um significativo esvaziamento de seus bares, restaurantes, cafeterias e lanchonetes. Aquelas que ainda estão funcionando reforçaram a limpeza das mesas, reduziram o número de mesas, além de aumentar o espaço entre elas. Além disso, alguns empreendedores do setor reduziram as horas de funcionamento e os colaboradores estão trabalhando em regime de escala.
Espírito Santo

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande determinou na tarde desta sexta-feira (20) o fechamento de comércios não essenciais em todo o estado. A medida tem validade de 15 dias, a partir deste sábado (21). Restaurantes e lanchonetes só poderão funcionar até as 16 horas. Fora desse horário, esses estabelecimentos poderão funcionar apenas com o serviço de delivery (entrega em casa). As medidas determinadas por Casagrande vai ao encontro do que já vem acontecendo no restante do Brasil.
São Paulo

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, decretou que a partir desta sexta-feira, 20, boa parte do comércio da capital será fechado para conter a disseminação do COVID-19. No entanto, bares, padarias, restaurantes, lojas de conveniência e de venda de alimentação para animais podem abrir desde que haja reforço nas regras de higiene. Os estabelecimentos de alimentação deverão dar espaçamento mínimo de 1 metro entre as mesas, oferecer gratuita de álcool em gel para os clientes, ampliar a limpeza e distribuição informações sobre como prevenir o novo coronavírus.
Minas Gerais

Esta sexta-feira (20) marcou o início dos fechamentos de bares e restaurantes em Belo Horizonte. O decreto é do prefeito Alexandre Kalil. Para superar o momento de quarentena, os estabelecimentos de Belo Horizonte apostaram nas entregas. Alguns, incertos sobre o futuro de seus negócios, reduziram equipes e deram férias a parte de funcionários.
Diante dessa situação preocupante para o setor de bares e restaurantes, a Abrasel tem divulgado recomendações sobre como os estabelecimentos devem se portar durante a crise causada pelo novo coronavírus. Nesta quinta-feira (19), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes lançou gratuitamente um ebook com dicas sobre cuidados higiênicos que estabelecimentos e entregadores de delivery devem tomar. Para acessar o ebook, clique aqui.
Fotos: Pexels/Ilustração